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Pessoas Com Deficiência Como Nicho De Mercado

Entenda se pessoas com deficiência são realmente um nicho de mercado ou se você está perdendo muito dinheiro.

Você acredita que pessoas com algum tipo de deficiência podem ser um nicho de mercado? É sobre isso que gostaria de conversar aqui. Será que realmente podemos considerar essas pessoas como um nicho?

Existem óticas diferentes para tratar desse tema, mas abordarei aqui a que julgo mais relevante. Não quero fazer apologias ou defender minorias e sim apresentar mais clareza a respeito desse tema que sempre enxerguei como óbvio.

Pense primeiramente no que seria um nicho de mercado. Segundo a definição encontrada na Wikipedia: “Nichos de mercado são segmentos ou públicos cujas necessidades particulares são pouco exploradas ou inexistentes. É uma parcela de um mercado consumidor em que os compradores podem claramente ser identificados por suas necessidades.”

Pensando assim, parece claro que pessoas com deficiências são mesmo um nicho específico. Por exemplo, se um produto for exclusivo — entenda EXCLUSIVO para deficientes, sem que possa ser usado por pessoas sem deficiência — como um teclado Braille, o nicho será constituído por cegos que sabem ler e escrever em Braille.

Agora vamos nos aprofundar um pouco mais no tema. Antes de qualquer pessoa ter uma deficiência, ela tem necessidades comuns a qualquer ser humano, não é um ser de outro planeta. Precisa estudar, se alimentar, se divertir, trabalhar, socializar e muitos outros verbos que representem a convivência de uma pessoa na sociedade.

Portanto, por que uma empresa acredita que lançar um produto não deve incluir os deficientes? Já ouvi muito nesses cinco anos no qual dirijo a Open Senses: “meu produto não é para esse nicho” ou “deficientes não são nosso nicho de mercado”. Vou ilustrar melhor para que fique bem claro o prisma aqui abordado e que todos que pensam assim tenham a plena certeza de que estão há anos perdendo muito, mas muito dinheiro.

Uma empresa lança um shampoo, esse produto é para mulheres com cabelos lisos. Esse é o nicho: mulheres com cabelos lisos. A partir daí não importa se a mulher é cega, deficiente auditiva, surda, sem uma perna, basta ela ter cabelos lisos. Compreende? Então por que o rótulo desse shampoo não está acessível em Braille ou com uma tradução em Libras?

Uma editora lança um livro sobre economia. O nicho: pessoas interessadas em economia. A partir daí, o que importa não é se a pessoa tem cabelos lisos, é surda, cega, cadeirante, mulher, homem… enfim, o que importa é se ela tem interesse por economia e assuntos afins. Então, por que o livro não está acessível em Libras ou audiolivro?

Uma empresa de entretenimento lança um filme ou uma série com temática investigativa criminal. O nicho: pessoas que gostam de assistir a filmes e séries com tema de investigação criminal. A partir daí, o que importa não é se essa pessoa é mulher, homem, cadeirante, cega, surda, deficiente auditiva, deficiente visual, homossexual, heterossexual, bissexual, entre outros. Então, de novo a pergunta: por que o filme ou a série não estaria acessível em Libras, Braille ou em áudio com locução?

Uma empresa do ramo de tecnologia lança seu site para divulgar softwares de gestão, por exemplo. O nicho: empresas que possam utilizar um software de gestão. A partir daí, o que importa se o gestor da empresa é mulher, homem, cego, surdo ou cadeirante? O gestor necessita de um software de gestão e fim. Nem vou perguntar novamente por que o site está sem acessibilidade…

Acredito que agora ficou bem ilustrado o ponto de vista apresentado neste artigo, não importa a condição social, o gênero, a condição física do indivíduo; o que importa é que ele tem as mesmas necessidades comuns a todos. E como todo produto é um investimento, por que não investir em recursos de acessibilidade? Assim, deficiência nesse contexto deixa de ser um nicho. Na verdade, está bem distante de ser um nicho de mercado, a empresa apenas adotou a postura de não atender deficientes. É como se a ela deixasse de querer atender negros ou homossexuais, por exemplo. Percebem?

Então pergunto: por que as empresas do mundo todo ainda não entenderam esse ponto de vista tão evidente e claro? Por que a sociedade ainda acredita firmemente que a pessoa é “portadora” de uma deficiência, e não o ambiente em que ela vive? Esse sim está deficiente por não conseguir atender as necessidades básicas de todos. Esse é um tema para o próximo artigo, ao qual você logo terá acesso.

Mas reflita: antes de saber se você é careca ou possui uma vasta cabeleira, espero que tenha lido e compreendido o artigo, e entendido que a acessibilidade é uma ferramenta que possibilita a integração de todas as pessoas, independentemente de sua condição física ou sensorial.                         

Um forte abraço.

Paullo Anaya – CEO Open

 

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